quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Como funciona

Bem, queria contar como se processa, em termos gerais, uma gira na Casa que freqüento.

Antes da abertura das cortinas, algum dos trabalhadores da Casa lê um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo (ou outro texto pertinente) e faz algumas considerações. Instantes depois, um dos dirigentes pede licença a Zambi, a Pai Oxalá e conclama a vibração das Sete Linhas de Umbanda e do Cacique Pena Branca (entidade-chefe da Casa), dando por iniciados os trabalhos. As cortinas se abrem durante o ponto de abertura; nossa Casa usa atabaques. Em seguida, todos se levantam para a saudação a Exu; um dos trabalhadores procede à defumação. O cruzamento é seguido pela leitura de outro trecho do Evangelho, ou de alguma outra obra de envergadura espiritual semelhante. Todos voltam a se levantar para a prece, em que elevamos nossos pensamentos, enviamos vibrações em benefício dos necessitados e pedimos proteção e firmeza para nossos trabalhos.

A seguir, acompanhamos um ponto cantado para saudar a entidade-chefe da Casa; os dirigentes vão recebendo suas entidades e, a partir deles, os demais médiuns passam a manifestá-las, também. Temos giras com caboclos, pretos velhos, baianos, exus e crianças; as giras de cura são com os caboclos ou com o povo do Oriente (nos trabalhos de cura); não temos giras “mistas”, com exceção das giras com as crianças (e que são poucas no ano), em que alguns pretos-velhos também prestam atendimento.

Com todos os trabalhadores preparados, começa o atendimento aos consulentes; alguns dão passividade às suas próprias entidades. Quando todos já foram atendidos, segue-se a desincorporação (subida), para o término dos trabalhos; o fechamento das cortinas dá-se após a prece final e o ponto de encerramento.

Como disse, é apenas um panorama beeeem geral sobre o atendimento; achei que os detalhes iam ficar enfadonhos e, por outro lado, a sensação de paz e bem-estar que a gente sente não dá pra descrever.

E você, meu irmão/ irmã? Como são os trabalhos na sua Casa? Compartilhe com a gente! Saudações!

Leia Mais ►

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Meu pedaço do céu - 2

 
Ah, a importância do sorriso...

Certa vez, uma entidade espiritual me exortou a sorrir: "o sorriso também é uma caridade!"

No Templo, todo mundo te recebe sorrindo; todos são corteses e te ajudam no que for possível. Durante os trabalhos, vira e mexe eu acabo chorando: a emoção bate durante os pontos cantados, e eu preciso respirar fundo pra voltar a serenar (e olha que eu não sou das mais histéricas... morro de vergonha nessas horas). A sensação de paz e conexão com as forças do Bem é muito intensa ... quando se canta o Hino da Umbanda, então... eu passo vergonha, mesmo! ainda bem que só é entoado em ocasiões específicas!

As atividades todas são alicerçadas na caridade; as únicas coisas que se pedem à assistência são silêncio, prece, vibrações harmoniosas. Se contribuo materialmente, é por pura satisfação de fazê-lo - e faço com uma sensação de amor e gratidão que me fazem sentir ainda mais devedora das bênçãos que recebo.
"Bênçãos? que bênçãos, Estela? o que você já recebeu? o que ganhou?" Ganhei paz; voltei a sentir gratidão; ganhei o exemplo do trabalho desprendido e desinteressado dos "filhos da Casa"; ganhei a sensação de estar mais próxima do nosso Pai Maior e de estar em melhor sintonia com a Espiritualidade; minha vida tem mais sentido; estou mais tolerante em casa; mais dedicada no trabalho... tenho sentido mais força e discernimento pra lutar contra os meus inúmeros defeitos... tô quase virando gente!

Com tanta bênção, como não dizer que achei meu pedaço do céu aqui na terra?

Que Pai Oxalá abençoe a todos os trabalhadores da Casa, na terra e no astral!

Leia Mais ►

Meu pedaço do céu - 1

 
Alguns dos amigos leitores já devem ter sentido coisas como as que vivenciei antes de me aproximar do vasto mundo da Umbanda. Como mencionei anteriormente, já senti medo, já senti uma superioridade prepotente e até certa aversão. Mas a vida tem dobrado meus joelhos diante de muitas dores, e hoje sinto muito mais respeito por coisas e pessoas (ainda longe do ideal, mas devagar se vai ao longe, né?).

Desde a primeira vez que entrei na Casa que freqüento, senti uma tranqüilidade envolvente e marcante. Um lugar limpo e acolhedor (apesar de muito freqüentado), simples e com uma organização im-pe-cá-vel.

Já na porta, trabalhadores recebem você com uma senha de papel e uma breve mensagem impressa, que ajuda a gente a "entrar no clima". Dúvidas? eles te esclarecem na maior calma.

O recinto principal é um grande salão, basicamente dividido entre a assistência (nós, que vamos até lá para que uma entidade espiritual nos atenda) e o local de atendimento, o abaçá, com os médiuns reunidos e o altar ritualístico ao fundo. Separando-nos, cortinas brancas, cerradas até o início dos trabalhos. Abaçá, congá... são termos muito pertinentes desde já, mas acredito que este blog também poderá ser útil aos não-umbandistas e aos iniciantes (como eu); estou estudando como empregar termos "técnicos" de forma organizada.

Pelo local, algumas imagens e retratos. Nada de sombrio, nada de lúgubre, nada que sugira um lugar "estranho", com coisas "ocultas" ou "exóticas". O atendimento é realizado chamando-se a assistência por um painel eletrônico. A organização é tanta que, na noite em que o painel não funcionou, já havia cartazes numerados - chique, né?

Secretaria, biblioteca, salas e recintos próprios para determinadas atividades não entraram nesta apresentação: não tenho ainda tanta liberdade dentro da Casa, e são distribuições que devem ser comuns a outros lugares.

Bom, feita a descrição em termos gerais, nas próximas postagens vou tentar esclarecer o título deste post...

Leia Mais ►

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Começo

Começo? Bem, como posso falar de um começo? Passei a freqüentar uma Casa Umbandista, perto de onde moro, por volta de janeiro deste ano (2008) - mas, quando criança, minha mãe eventualmente me levava a certos lugares, pra "benzer". Não sei muito bem se eram casas religiosas, "centros de fundo de quintal", centros sérios, gente caridosa fazendo "carreira solo", gente que aceitava "um trocadinho"... minha mãe nunca explicava o contexto desses atendimentos, nem o porquê: só dizia pra não contar nada ao meu pai... pois é... meus primeiros contatos com uma vida espiritual diferente da "religião oficial" em que fomos criados era consonante com o que muitos brasileiros ainda sentem a respeito da Umbanda: medo e preconceito (ai, que vergonha...).

O tempo passou, e as incontáveis transformações da vida me levaram novamente a uma Casa - até então - desconhecida, mas agora já como kardecista. Pra quem quiser perguntar, foi a dor, e não exatamente o amor que me conduziu (cabeça dura, né?).

Prefiro não declinar, ainda, a identificação do local que freqüento: acho que este blog é um projeto muito humilde, ainda mais em comparação às bênçãos que tenho recebido, e ainda não me atrevi a pedir permissão aos dirigentes da Casa. Quando isso ocorrer, será com a maior alegria e grande honra que publicarei seu nome, com todas as letras e vibrações de gratidão que posso endereçar.

A Casa se localiza em um bairro pouco favorecido da cidade; vejo pessoas humildes, carros mais populares, poucos freqüentadores "diferenciados" (na minha linguagem profissional, é o pessoal de melhor condição, social ou econômica). Muitos são assíduos, e os vejo semanalmente. Sou meio tímida (é verdade, sim, sô!) e não sou muito de puxar conversa... não quero julgar, mas tem gente que se entretém em cada conversa lá... só falta trocar receita de bolo - rsrsrs... mesmo porque, também sou muito dispersa, e necessito me concentrar muito pra não sair "viajandão"... enquanto me concentro, vou me preparando para o início dos trabalhos da noite.

Quer saber mais? Então espera só o próximo post...

Leia Mais ►

Sobre

Que nosso Pai Oxalá abençoe a todos!
Este é o blog de uma iniciante na Umbanda.
Aqui, vou contar um pouco das minhas experiências nesta doutrina. Pretendo, também, reunir o maior número de informações, coletadas na web e em livros doutrinários, oferecendo assim, aos neófitos como eu, um local de consulta e entendimento. Saravá!

Quando comecei a vasculhar a internet e a literatura em busca de informações, encontrei de tudo: muita coisa interessante, várias informações repetitivas, muitas polêmicas, alguns blogs meio pobres de conteúdo e propagandas diversas. A garimpagem tem sido difícil, mas a caminhada segue.

Tentarei, sempre que possível, inserir informações teóricas de fontes devidamente identificadas. Não é minha pretensão postular nenhum conceito novo nem fazer uma grande compilação da doutrina umbandista. Também não quero fazer um registro meio deslumbrado de uma neófita.

O que o "Desvendando a Umbanda" deseja é dividir com os amigos leitores minhas descobertas e oferecer informações da melhor qualidade possível, com seriedade, algum humor e muito respeito.


Leia Mais ►
<<

  ©Desvendando a Umbanda | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger