terça-feira, 30 de junho de 2009

Glossário S - U

S

— Senhora, dona. Termo derivado da contração de “senhora” em “sinhá” e, posteriormente, “sá”.

SABEÍSMO — Religião dos sabeus, do antigo reino de Sabá (atual Iêmen). Pouco se sabe sobre ela, além de que, provavelmente, tratava-se de uma forma de culto à natureza, de caráter monoteísta (o Alcorão cita os sabeus três vezes, e os apresenta como praticantes do monoteísmo — embora talvez considerassem divindades “menores”). Para alguns autores, a Umbanda é herdeira de alguns elementos do sabeísmo, como a origem do termo saravá (vd.).

SACUDIMENTO — Ato de realizar limpeza energética do terreiro e/ou de seus filhos. Descarrego.

SALAMANDRAS — Seres da natureza (vd.), ligadas ao elemento (vd.) fogo. Também atuam no plano emocional, bloqueando vibrações negativas. Os espíritos superiores as utilizam como transmutadores de energia, tanto para a limpeza quanto para a destruição de bases e laboratórios das trevas e para queimar objetos e formas-pensamento (vd.) originados da magia negra.

SALUBÁ/ SALUBA — Saudação iorubana a Nanã.

SANANDU — Vd. mulungu.

SANGUE-DE-ADÃOEuphorbia pulcherrima. Planta medicinal também conhecida pelo nome de bico-de-papagaio. Muito empregada em trabalhos de terreiro.

SARAVÁ — Saudação umbandista que corresponde a Salve! Viva! Salve, irmão! Alguns acreditam que se trate de uma corruptela do verbo salvar (“salavar”); outros declaram que é uma expressão antiquíssima, resgatada após milênios de esquecimento através do início da Umbanda no Brasil. Segundo essa vertente, saravá consiste num mantra (vd.) composto pelos elementos: SA — (força, Senhor) — RA— (reinar, movimento) — VA (natureza, energia): força que movimenta a natureza, podendo ser utilizada para saudação ou para invocação de um Guia ou Orixá.

SEREIAS — Seres da natureza (vd.), ligados diretamente às profundezas das águas salgadas. Trabalham na limpeza da aura e de regiões astrais poluídas por energias negativas. 2. Seres da mitologia grega, parte mulher, parte peixe. Simbolizavam o fascínio e o perigo oculto na beleza e na sensualidade. Atraíam tripulantes dos navios que cruzavam os mares, através de sua beleza e de seu canto hipnótico, até que os navios colidissem nas rochas e afundassem.

SERES DA NATUREZA — Todos os reinos da natureza são povoados por seres vivos imateriais, que vivificam e guardam essas dimensões vibratórias que constituem seu habitat. São chamados por alguns autores de “espíritos da natureza” ou elementais (vd.). Optamos pelo termo “seres da natureza” para evitar polêmica com a diferenciação entre elementais e elementares (vd.). Os seres da natureza (ou seres dos Elementos) são espíritos que contribuem em favor do desenvolvimento dos recursos da Natureza, de grau evolutivo variável; alguns já têm ou tiveram existência corpórea, ou encarnatória (não humana), mas a maioria trabalha na condição de auxiliares daqueles que presidem às manifestações da Natureza, responsáveis por inúmeros fenômenos ou contribuindo para sua ocorrência. Na Umbanda, são reconhecidos: (vd.) silfos/sílfides; ondinas/ninfas; fadas; salamandras; duendes/gnomos/avissais. São conhecidos desde a Antiguidade; países não latinos da Europa, sobretudo os nórdicos, tiveram suas sagas literárias povoadas por relatos sobre gnomos, fadas, silfos, etc — e de suas relações com mortais. Entre nós, reconhecemos sua existência no folclore indígena como os saci-pererês, iaras, boitatás, caiporas, e outros espíritos protetores da natureza.

SESSÃO DE UMBANDA — Vd. gira.

SETE-CHAGASTropaeolum majus. Planta conhecida pela denominação de chagas-de-São-Sebastião, capuchinha grande, flor-das-chagas. Muito empregada em terreiros para desmanchar trabalhos.

SÍLFIDES/SILFOS — Seres da natureza (vd.). Ligados aos céus, à purificação do ar. Constituídos de uma substância etérea, não mantêm forma definida. Auxiliam na criação e manutenção de formas-pensamento (vd.) e na estruturação de imagens mentais. Nos trabalhos de ectoplasmia, são auxiliares diretos, quando há a necessidade de reeducação de espíritos endurecidos.

SINCRETISMO – Mistura de doutrinas ou de concepções diferentes. Na Umbanda, refere-se ao fenômeno de identificação dos Orixás com os Santos Católicos durante o período escravagista, como expediente encontrado pelos escravos para escapar da repressão dos brancos contra suas crenças.

SOTAQUE — Especificidade do toque de atabaques.

SUBIR — Desincorporar entidade espiritual.

SUCUPIRA PRETA Bowdichia virgilioides. Também conhecida como sebipira, cutiúba, macanaíba, paricarana, angélica. Planta medicinal (problemas de pele, reumatológicos, inflamatórios) dotada de propriedades mágicas, muito empregada em trabalhos de Umbanda.

 

T

TABA-CARANA — Conhecida como “fumo bravo do Amazonas”: fumo derivado das folhas da planta Polygonum hispidum, erva abundante na região amazônica. Empregada também em defumações e banhos como dispersador de miasmas psíquicos e para afastar espíritos obsessores.

TAJÁS — Plantas do gênero Caladium, família Araceae; também conhecidas como tinhorões e caládios. Compreendem numerosa variedade de espécies, com uso ornamental, na medicina popular e nos trabalhos de magia. Na região amazônica, plantam-se tajás para defender as residências, e pajés e mesinheiros os utilizam como amuleto.

TASNEIRINHA Senecio vulgaris. Planta daninha, conhecida também como cardo morto, margaridinha, flor das almas, erva-fome. Dotada de propriedades mágicas, muito empregada também em medicina (adstringente, cicatrizante, emoliente), requer cuidado na utilização (potencialmente tóxica).

TATA — Chefe de terreiro, grão-sacerdote dos cultos bantos. Do quimbundo, tata: pai.

TATÁ — Espírito protetor; em cultos muito antigos, uma espécie de espírito de altíssima evolução, comparável à alta hierarquia angélica.

TATA DE INKISE— Chefe de Terreiro, babalaô, pai-de-santo. Vd. Inkise.

TERREIRO — Tenda, cabana, centro, templo: local de culto umbandista.

TIRAR O PONTO — O mesmo que cantar o ponto (vd. ponto cantado).

TOMADO — Indivíduo mediunizado, sob transe mediúnico.

TOMAR — Receber o Guia ou outro espírito, através da mediunidade de incorporação.

TRABALHO — Nome genérico dado às oferendas e obrigações (vd.) dos cultos do Candomblé, da Umbanda e da Quimbanda. Em alguns locais, recebe o nome de despacho.

TRANCA-PORTEIRABumelia sartorum. Quixadeira, sacutiaba, quixaba. Planta medicinal (tônica, adstringente, antidiabética, antidisentérica), dotada de propriedades mágicas e muito utilizada em trabalhos.

TRANSE — Estado de inconsciência ou semiconsciência em que se verificam diversos fenômenos psíquicos ou mediúnicos.

TREVO — Vegetal do gênero Trifolium, dotado de propriedades medicinais (problemas respiratórios, dermatológicos, etc); detentor de propriedades mágicas.

TRIANGULO FLUÍDICO — Representação dos três aspectos em que a Umbanda trabalha — seja no mundo astral, seja no mundo da forma (maneira pela qual as Entidades se manifestam neste planeta). Os Guias (vd.) manifestam-se, então, através de uma dessas formas, de acordo com sua afinidade vibratória ou atendendo a uma determinada necessidade estabelecida pela Espiritualidade Superior. O triângulo simboliza a Vontade, a Atividade e a Sabedoria dos Orixás. Também representa as três fases da vida — a criança, o adulto e o velho — mostrando as transformações do homem ao longo da existência. Além disso, ilustram arquétipos (vd.) de pureza e alegria na Criança; simplicidade e fortaleza no Caboclo e a sabedoria e humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual da humanidade.

TRONQUEIRA – Ponto junto à entrada de um terreiro, onde fica assentado o Exu; sua função é impedir a aproximação de forças místicas ou materiais negativas que possam desequilibrar a energia do local. No linguajar do campo, significa os esteios que são colocados nas porteiras, providos de espaços em que são passadas as varas que fecham o acesso. Nesse aspecto, a tronqueira da Umbanda evidencia claramente esse caráter de segurança, de entrada protegida.

TUCUMÃ Astrocaryum aculeatum. Também conhecida como acaiúra, acuiuru, tucum. Palmeira de ocorrência frequente na região amazônica, de valor comercial em virtude de seu palmito e frutos comestíveis, pela madeira, pelo óleo das sementes e pelas folhas, das quais se extrai a chamada fibra de tucum, usada na confecção de cordas. Seu óleo é muito empregado em trabalhos mágicos.

TUIA — Pólvora. Vd fundanga.
TUPÃ — Na crença Guarani, Tupã é o espírito do trovão e da chuva, considerado uma divindade integrante do panteão chefiado por um Criador supremo (Nhande Rú Ete, Nhande Djara, Nhande Rú Vussú, dependendo do sub-grupo guarani). Segundo alguns historiadores, a caracterização de Tupã como Deus Supremo seria uma das conseqüências do processo de catequização dos indígenas pelos jesuítas.

TURÍBULO — Instrumento antiquíssimo, utilizado já na Idade Antiga. Seu nome vem do latim, thuribulum — que, por sua vez, tem origem na palavra grega thus, incenso. Popularizado pela religião Católica, consiste num incensório de metal, sustentado por correntes, com a tampa perfurada. Dentro do turíbulo se colocam brasas de carvão e sobre elas o material que se deseja queimar (ervas, incenso). Na Umbanda, algumas Casas preferem utilizar recipientes de barro, em função da idéia de que o metal pode interferir eletromagneticamente sobre a vibração das ervas, alterando ou reduzindo seus efeitos.

 

U

UBIQÜIDADE — Fenômeno através do qual um espírito pode ser percebido em mais de um lugar ao mesmo tempo, por efeito do seu poder de irradiação. Como cada espírito é indivisível, o que ocorre é a sua irradiação de sua energia em diversas direções. A ubiqüidade é própria de Espíritos de alto grau evolutivo.

UMBANDA CRUZADA — Forma de culto umbandista em que existe o entrelaçamento de dois tipos de trabalhadores: os Guias de Umbanda (Caboclos, Pretos Velhos) e os de Quimbanda (Exus, Pomba Giras, etc.). Alguns autores entendem que se trata da mescla de elementos de Umbanda e Candomblé no mesmo terreiro.

UMBANDA DE CABOCLO — Culto umbandista com influência predominante de elementos rituais indígenas.

UMBANDA TRAÇADA — Vd. Umbanda cruzada.

UMBAÚBA — Árvore do gênero Cecropia, que conta com numerosas espécies. Também conhecida como embaúba, pau-de-lixa, pau-formiga, árvore-da-preguiça. É comum na mata atlântica; seus frutos são consumidos por vários animais silvestres. Possui propriedades medicinais (adstringente, antidiabética, anti-hipertensiva, cardiotônica). Muito usada em vários trabalhos, principalmente para combater a obsessão.

UMBRAL — Termo utilizado para nomear o estado mental (para uns) ou o plano espiritual (para outros) compatível com espíritos que desencarnam e têm débitos morais a saldar, quando se vêem às voltas com o sofrimento causado pelas consequências de suas ações pregressas.

UNHA-DE-VACA — Bauhinia fortificata. Conhecida, também, como bauinia, miroró, mororó, pata de burro, pata de vaca, pé de boi, unha d’anta, unha de veado. Vegetal dotado de propriedades medicinais (antidiarréica, emoliente, vermífuga, estimulante, adstringente), utilizada na Umbanda por possuir propriedades mágicas.

2 comentários:

Anônimo disse...

vcs poderia me informar onde posso encontrar fabricantes e atacadistas de artigos de umbanda e candomblé, tenho a intenção de abrir uma loja.
Grato,

radocbr@bol.com.br

Estela disse...

Caro irmão,
Obrgada pela presença!
Infelizmente, não tenho contatos pra indicar, mas desejo sucesso e as bênçãos de Pai Oxalá!
Abraço!

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