segunda-feira, 8 de junho de 2009

Glossario D - F

D

DANDÁCyperus sp. Junça, chufa. Planta que apresenta alcalóides do tipo ergot, com ação no sistema nervoso central. Muito usado em trabalhos, como banho e defumações em ritual de Umbanda.

DANDALUNDA — Nome (banto) dado a Mãe Dandá/Iemanjá/Janaina.

DAR FIRMEZA AO TERREIRO — Conjunto de procedimentos ritualísticos direcionados para a proteção do terreiro contra a interferência de energias nocivas e concentração de fluidos protetores, providenciados pela Espiritualidade.

DAR PASSAGEM — Ocasião em que o médium recebe a incorporação de uma entidade espiritual.

DEFUMAÇÃO — Procedimento que consiste na queima, em um turíbulo, de diversos materiais de origem vegetal (folhas, resinas, carvão). Pode ser empregada em terreiros e em ambientes domésticos. Utilizada em diversas religiões, a defumação tem como fundamentação, na Umbanda, o princípio de que a fumaça desprendida tem o poder de liberar a energia (astral, telúrica) concentrada no material em combustão, podendo desagregar cargas energéticas negativas, verdadeiros miasmas provenientes da baixa qualidade de nossos pensamentos e desejos (raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, sensualidade, etc). O campo espiritual torna-se depurado desse “peso” e torna-se energeticamente receptivo ao trabalho da Espiritualidade. Por outro lado, a sensibilização do olfato facilita aos médiuns a harmonização e elevação do teor das vibrações psíquicas, produzindo condições de recepção e inspiração nos planos físico e espiritual.

DELÊ — Referente a Ogum (Ogum Dilê, Delê, de Lei). Um dos sete chefes de legião pertencentes à vibração original de Ogum.

DEMANDA — Desentendimento entre desafetos. Popularmente, é um termo empregado para designar trabalhos de magia negra (ou seus resultados) realizados no intuito de prejudicar outrem.

DEMANDAR — Tomar providências de defesa perante demandas.

DENDÊElaeis guineensis. Palmeira africana aclimatada no Brasil, de ampla utilização na liturgia dos candomblés e de uso também na Umbanda. O óleo obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é considerado indispensável para a elaboração de grande parte das comidas-de-santo (vd).

DESACOSTAR — Termo popular usado como sinônimo de desincorporação.

DESCARGA — Conjunto de procedimentos que visam à retirada de fluidos energéticos nocivos de determinada pessoa, através de passes, banhos com ervas, queima de pólvora, etc.

DESCARREGAR — Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas.

DESCIDA — Momento em que a entidade espiritual vai incorporar no médium.

DESDOBRAMENTO — Faculdade que permite à pessoa, estando o corpo físico num determinado local, deslocar-se ou ser levada a outro local, através da emancipação de seu espírito que se projeta no mundo astral.

DESENCARNADO — Diz-se de quem desencarnou, quem deixou a carne. Espírito sem corpo físico. Morto.

DESENCARNAR — Deixar o corpo físico definitivamente. Morrer.

DESENVOLVIMENTO — É o processo de aprimoramento da faculdade mediúnica de uma pessoa. Em sessões específicas para essa finalidade, concentra-se toda a energia do trabalho na prática do fenômeno mediúnico, com a supervisão dos médiuns mais experientes e dos chefes da casa, bem como de todas as entidades espirituais presentes. Durante o desenvolvimento, estimula-se o estudo da doutrina umbandista e de seus fundamentos, para que o iniciado possa participar da vida religiosa ativamente. Também é um momento para reforçar a importância do aperfeiçoamento moral como condição indispensável para o mediunato dentro dos princípios umbandistas de prática da caridade e do amor ao próximo.

DESENVULTAMENTO — Conjunto de procedimentos e métodos para desmanchar e anular efeitos de trabalhos de magia negra ou emissão de energias negativas de qualquer espécie.

DESMANCHAR TRABALHO — Livrar uma pessoa dos efeitos de trabalhos de magia-negra.

DESOBSESSÃO — Tratamento das obsessões durante atendimento espiritual. O espírito obsessor é desvinculado do ser humano que foi seu alvo de ação e encaminhado para atendimento especial na Espiritualidade, enquanto se procede à “limpeza” fluídica de quem sofria seu assédio.

DESPACHAR — Colocar, arriar oferendas em local determinado pelas entidades. Também pode significar a destinação final dos resíduos de materiais usados nos trabalhos (ex. “despachar em água corrente”).

DESPACHOS — Trabalhos espirituais voltados a prejuízo de terceiros ou obtenção de benefícios egocêntricos. Há autores que defendem a idéia de que também podem ser chamados de despachos os trabalhos voltados à anulação desses efeitos e à proteção de suas vítimas.

DESPRENDER — Significa desincorporar, isto é, a saída de um espírito do campo espiritual de influência do médium.

DIA DE DAR O NOME — Trata-se de uma das cerimônias que ocorrem durante a sessão de desenvolvimento mediúnico de um iniciado, na qual o Guia-chefe de sua coroa se identifica, não apenas dando o seu nome, mas também o seu ponto cantado, seu ponto riscado e todos os demais detalhes necessários à continuação do desenvolvimento.

DIA DE OBRIGAÇÃO — É o dia de sessão em que os médiuns e os consulentes observam certos procedimentos do ritual umbandista e realizam tarefas pré-determinadas pelos Guias.

DOUTRINA — Conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico, militar, pedagógico, entre outros.

DOUTRINAÇÃO — Ação ou resultado de doutrinar, de instruir em uma doutrina. Informalmente, é o ato de atender a um espírito obsessor (vd.) com a intenção de ajudá-lo a compreender a necessidade de desvincular-se do indivíduo obsediado e aceitar tratamento adequado de seus males e sofrimentos por agentes da Espiritualidade.

DUENDES — Seres da Natureza (vd.), estão ligados ao elemento (vd.) terra, onde habitam, juntamente com os gnomos (vd.). Ambos trazem os elementos extraídos das plantas, o chamado bioplasma. Auxiliam, assim, os espíritos superiores em seus trabalhos de cura, bem como em reuniões de ectoplasmia e de fluidificação das águas. Ao contrário dos gnomos, porém, os duendes atuam preferencialmente sobre o reino vegetal.

DUPLO ETÉREO/DUPLO ETÉRICO — Campo energético que envolve o corpo físico e o liga ao perispírito (vd.), facilitando o funcionamento harmonioso de ambos, que possuem padrões vibratórios e densidades fluídicas diferentes. Sede dos chakras (vd.). Absorve, armazena e veicula energia vital, proporcionando trocas energéticas entre o indivíduo e o meio. Também chamado corpo vital, corpo bioplasmático, duplo energético, corpo etérico, corpo energético, holochacra, duplo vital. Por ocasião da morte do corpo físico, o duplo etérico sofre desintegração progressiva.

 

E

ECTOPLASMA — Nome dado pelo fisiologista francês Charles Richet à substância produzida pelo corpo humano, que é liberada em algumas situações, produzindo diversos efeitos quando modificada (ex., efeitos físicos — vd. — materializações, etc). Tem propriedades físico-químicas semelhantes à matéria componente do corpo físico. Espíritos desencarnados não produzem ectoplasma, mas podem manipulá-lo dependendo de algum grau de cooperação ou vulnerabilidade do indivíduo encarnado. Pode ser modificado por ação voluntária e tornar-se visível e palpável.

EFEITOS FÍSICOS — Fenômenos mediúnicos que contemplam ação ostensiva sobre a matéria (deslocamento de objetos, acendimento de luzes, ruídos, etc.), através da combinação de fluidos emanados pelo espírito, do ectoplasma (vd.) do médium e de fluidos do ambiente.

EFLÚVIO — O mesmo que fluido. Emanação de energia.

EGUNS — Espíritos desencarnados, ainda sujeitos a novas encarnações. Para alguns autores, são espíritos de baixo grau evolutivo, capazes de prejudicar seres encarnados para satisfazerem suas necessidades de gratificação.

ELEDÁ — Na tradição iorubá, é um dos três elementos constituintes da alma humana, conhecido como o “Guardião Ancestral”, junto com o emi (sopro divino de vida) e o ojiji (corpo astral). Para alguns autores, é o Orixá de cabeça (vd.); para outros, é o Anjo da Guarda.

ELEMENTAIS — Alguns autores dão esse nome ao que chamam de “espíritos da natureza”, que seriam seres encarregados do gerenciamento de cada um dos elementos (vd.) constituintes da natureza, sem existência humana prévia. Porém, para W. W. Matta e Silva, o conceito é totalmente diverso, no qual

“os espíritos elementais formam-se dos pensamentos baixos, que se assemelham e se agrupam atraindo por afinidades, nos campos magnéticos e vibratórios, as substâncias astrais que se condensam com eles tomando aspectos de seres esquisitos, servindo de intermediários entre o mundo astral e material.”.

Seriam, de certa forma, o resultado final da combinação de formas-pensamento e outras manifestações semelhantes, combinadas à energia negativa de nossos maus sentimentos e pensamentos, que os alimentam; sem vida e consciência próprias, acabam, depois, transformando-se em material de “trabalho” e combustível de entidades voltadas à prática do mal. Como se vê, o conceito de elementais para uns equivale ao de elementares para outros e vice-versa. Aconselha-se o leitor à leitura criteriosa de bons autores e o aconselhamento junto aos dirigentes da Casa que frequenta.

ELEMENTARES — Segundo alguns autores, seriam “resíduos fluídicos”, formas-pensamento, “lixo mental”, após um processo de vitalização proporcionado pelas vibrações negativas de seres humanos encarnados. Equivaleria ao conceito de elementais (vd.) segundo Matta e Silva. Esse mesmo autor defende a idéia de que

“Os espíritos elementares formam-se em coletividades dentro de seus próprios ciclos (...) em vários estágios de evolução, e tudo fazem para constituir um karma próprio (...) atraem apenas por suas condições mentais (...) as substâncias etéricas indispensáveis à formação de um corpo astral rústico, amorfo(...). Uma vez conseguida essa primeira forma astral rústica, (...) fica à mercê de espíritos mais evoluídos (...). É então que, de acordo com os campos magnéticos ou variantes vibratórios em que militam, adquirem dessas mesmas vibrações, as qualidades que os caracterizam, como sejam: fogo-ar-terra-água”...

Essa concepção é vista pelo autor como a origem da suposta confusão que atribuiria a esses seres espirituais em seu início de existência inteligente e autônoma o nome de “espíritos da natureza”. Novamente, percebe-se que o conceito de elementais para uns equivale ao de elementares para outros e vice-versa. Aconselha-se o leitor à leitura criteriosa de bons autores e o aconselhamento junto aos dirigentes da Casa que frequenta.

ELEMENTOS — Os elementos são as substâncias básicas, primordiais, que constituem a natureza, através de suas modificações físicas, químicas e fluídicas, bem como de combinações entre si. Seu número e especificação variam conforme o autor e a escola filosófica/doutrinária: ar, água, terra, fogo, éter, metal. Na Umbanda, a maioria dos autores contempla os quatro ou cinco primeiros.

ELEMICanarium luzonicum. Planta medicinal; podem ser usadas as folhas e a resina, da qual se extrai um óleo aromático com diversas aplicações em trabalhos espirituais.

ELFOS — Seres da Natureza (vd.), são entidades que operam junto aos metais.

EMANAÇÕES — Desprendimento de partículas sutis, voláteis, de determinado corpo. Normalmente empregado para designar a emissão de fluidos eletromagnéticos por parte de entidades espirituais.

ENCARNAÇÃO — Ato de vir um espírito à vida terrestre, revestindo um invólucro corporal. A condição oposta caracteriza o espírito desencarnado.

ENCOSTO — Nome popular para espíritos desencarnados que se aproximam de encarnados por sintonia vibratória, causando-lhes algum tipo de prejuízo (material, emocional, social, etc).

ENCRUZA — O mesmo que encruzilhada. Também empregado para denominar o ritual realizado por dirigentes espirituais de alguns terreiros antes do início das sessões ou durante os ritos de iniciação, quando se traçam cruzes com pemba em vários locais do corpo do médium (mãos, fronte, pés), para protegê-lo e fortalecer sua mediunidade

ENCRUZAMENTO — Em certos terreiros, é sinônimo do ritual de iniciação mediúnica. Vd. Encruza.

ENCRUZAR — Ritual no início de uma sessão ou ao longo do processo de iniciação, no qual a (o) sacerdote realiza a encruza (vd.).

ENDÁ — Coroa do médium, após a iniciação. Sinônimo de aura. Também pode significar o reconhecimento honorífico de um sacerdote.

ENGIRA — O mesmo que gira — trabalho — sessão.

ENSALMADOR — Benzedor, curandeiro ou rezador.

ENSALMO — Orações compostas de algumas palavras de diversos salmos, destinados à cura de doenças e pedidos diversos.

ENTIDADES — espíritos desencarnados.

ENTRADA-DE-SANTO — Momento de incorporação de um Guia.

ENTRADAS — Partes do corpo envolvidas em trabalhos de magia defensiva, para evitar a interferência de energias negativas (ex. olhos, narinas, boca, orelhas, testa, pescoço, braços, nuca, curvas das pernas e dos braços e cotovelos).

EPA BABÁ! — Saudação iorubana a Oxalá: Epa (exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai).

EPARRE/EPARREI! — Saudação iorubana a Iansã: Eparrê Oiá! Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã).

ERÊ — Espírito da linha de trabalho das Crianças (vd.).

ERÓ — Segredos e ensinamentos revelados aos médiuns de alguns terreiros, geralmente durante o seu desenvolvimento.

ERRATICIDADE — Estado dos espíritos errantes, quer dizer, não encarnados, durante os intervalos de suas existências corporais. Deixando o corpo, retornam ao mundo dos espíritos, de onde haviam partido para assumir existência corporal; futuramente, poderão retomar uma nova existência, depois de um lapso de tempo em que permanecem no estado de espíritos errantes.

ERUEXIM — Um dos objetos-símbolos atribuídos a Iansã; espécie de “espanador”, confeccionado com pêlos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para controlar os eguns (vd.) e promover os ventos.

ERVA-DA-FORTUNA — Planta do gênero Kalanchoe, originária da África. Assim é chamada a folha da Costa da Guiné, que possui propriedades mágicas.

ERVA-DE-PASSARINHO — Planta do gênero Struthanthus, de uso medicinal e usada em certos trabalhos de terreiro.

ERVA-REALOcimum basilicum. Também conhecido como alfavaca, manjericão, segurelha. Planta de uso medicinal e culinário. Empregada em banhos e defumações com a finalidade de atrair bons fluidos.

ESCORA — Médium que suporta os ataques psíquicos de espíritos obsessores para manter as energias positivas durante a gira (vd.), além de manter-se em estado de concentração durante os trabalhos, fornecendo-lhes energia adicional.

ESOTÉRICO — Característica dos ensinamentos ministrado a círculos restritos de estudiosos ou interessados, ou que somente poucas pessoas ou iniciados conseguem entender; hermético, obscuro.

ESPAÇO — A extensão do Universo, dos mundos materiais e espirituais conhecidos e desconhecidos.

ESPADA-DE-OGUMSansevieria trifasciata. Também muito conhecida como espada-de-São–Jorge. Planta fibrosa e de excelentes propriedades mágico-protetoras. É muito empregada na confecção de amuletos, defumações, banhos de descarga, sendo ainda de grande utilidade para proteção contra qualquer trabalho de corrente maléfica.

ESPIRITISMO — Doutrina filosófica, científica e religiosa, codificada no século XIX por Allan Kardec (pseudônimo do pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail). Baseia-se na existência de Deus, na sobrevivência da alma, na comunicação dos espíritos, na reencarnação e na pluralidade dos mundos habitados. A atividade religiosa espírita foi fundamental na história do surgimento da Umbanda; algumas das obras mais importantes do Espiritismo são leituras de referência em muitos terreiros umbandistas.

ESPIRITISMO DE LINHA — Designação popular dada à Umbanda.

ESPIRITISMO DE MESA — Nome popular para o Espiritismo (vd.).

ESPÍRITO — Também conhecido como alma, ou atributo imaterial do ser. No sentido especial da doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o Universo, fora do mundo material, e constituem o mundo invisível. Não são seres oriundos de uma criação especial, porém, as almas dos que viveram na Terra, ou nas outras esferas, e que deixaram o invólucro corporal. Em sentido amplo, esse termo também abrange os espíritos em sua condição de encarnados.

ESPÍRITO DE LUZ — Espírito muito desenvolvido, superior, puro.

ESPÍRITO OBSESSOR — Espírito moral e/ou emocionalmente enfermo, escravizado por seus próprios sentimentos (ódio, vingança, ou até mesmo um amor tresloucado), que domina, persegue, assedia ou importuna sua vítima, quando essa última permite sintonia moral por seus atos ou pensamentos. O obsessor, também chamado de obsidiante, pode estar encarnado ou desencarnado. Quando torturado pela culpa ou remorso, inflige sofrimentos a si mesmo, promovendo o que se conhece por auto-obsessão.

ESPÍRITO SEM LUZ — Espírito inferior, pouco evoluído, ignorante, muito apegado à matéria.

ESTADO-DE-SANTO — Transe mediúnico, quando o médium recebe seu guia.

ESTORAQUE — Resina vegetal extraída da planta Liquidambar orientalis, utilizada em banhos e defumações.

ESTRAMÔNIODatura stramonium. Também chamada de figueira brava, figueira do inferno e erva-do-diabo. Planta medicinal, dotada de alcalóides em sua composição; pode causar efeitos tóxicos: seu emprego litúrgico requer orientação espiritual criteriosa.

ETÉREO — Puro, sublime, delicado; algo muito rarefeito, invisível, imaterial.

EXU — A definição de Exu é variável, de acordo com o autor/escola. Podem ser entendidos como “agentes mágicos” (veículos que transmitem as vibrações cósmicas, como luz, calor, som, etc). Segundo o entendimento dos cultos africanistas, exu é um dos orixás. Consensualmente, porém, são entes que estão a serviço do cumprimento da justiça, buscando com isso a própria evolução espiritual ao nos proporcionarem a vivência de resgate dos nossos débitos cármicos. Durante o período escravagista, a iniciativa de sacerdotes católicos de conversão dos escravos ao Catolicismo acabou por associar a figura dos exus ao demônio. Estão organizados em escala hierárquica, de acordo com seu grau evolutivo.

EXU-BATIZADO — São exus chefes de falange, comandados pelos chefes de legião e superiores dos exus pagãos (vd.). São auxiliares dos Guias e Protetores; podem ser incorporantes, mas não tiveram existência terrena.

EXU PAGÃO — Conhecido como auxiliar ou capangueiro; espírito sem grande evolução espiritual. Potencialmente reencarnante. Comandado pelos exus batizados (vd.).

EUÊ-Ô! EUÊ-Ô! EUÊ-Ô! — Saudação iorubana a Ossaim. Ewe (folhas); O (sufixo para cumprimentos (salve) — “Salve as folhas!”, ou melhor,  “Salve o Senhor das folhas!”

 

F

FADAS — Seres da natureza (vd.), representam a transição entre os elementos terra e ar. Cuidam das flores e dos frutos, ligados à terra, mas se apresentam como criaturas aladas. Também promovem interferência direta na cor e nos matizes de tudo quanto existe no planeta Terra. Nos trabalhos espirituais, auxiliam na limpeza fluídica de ambientes de instituições religiosas. Ajudam espíritos superiores na elaboração de ambientes extrafísicos saudáveis, notadamente durante a reconstrução de ambientes que foram laboratórios umbralinos de manipulação de energias.

FALANGE — Agrupamento de espíritos superiores. Trata-se da subdivisão hierárquica desses espíritos, que se inicia neste planeta a partir das Sete Linhas (vd.), cada uma chefiada por um Orixá (neste caso, chamado Orixá Maior). Cada Linha se divide em sete Legiões (vd.), cada uma sob chefia de um Orixá Menor. Cada Legião, por sua vez, se subdivide em sete Falanges — cada uma sendo chefiada pelo chamado Chefe de Falange (vd.), totalizando quarenta e nove chefes.

FALANGEIRO — Dependendo do contexto, chefe de Falange ou Guia.

FECHAR A GIRA — Encerrar os trabalhos do terreiro.

FECHAR A TRONQUEIRA — Fechar o terreiro às más vibrações dos quiumbas (vd.), por meio de procedimentos ritualísticos específicos do terreiro.

FEITIÇO — Irradiação deliberada de forças negativas, contra alguém, mediante manipulação de energias provenientes de objetos ou da força do pensamento, contando com a vulnerabilidade proporcionada por baixo padrão vibratório da vítima.

FEITO — É o médium desenvolvido dentro dos rituais específicos, na linguagem de determinados terreiros.

FEITO EM PÉ — Médium que não completou todo o cerimonial do seu desenvolvimento.

FEITURA DE SANTO — Iniciação do desenvolvimento de um médium.

FERRAMENTAS — Insígnias atribuídas aos Orixás como símbolo de sua identidade e de suas características (ex., espada para Ogum, machada para Xangô, etc).

FETICHE — Objeto natural com propriedades mágicas — naturais ou adquiridas — mediante preparo pelos Guias, servindo como condensador ou acumulador de energias.

FIGA — Amuleto muito conhecido e usado contra mau-olhado, feitiçarias etc, constituindo na forma de uma mão fechada, na qual o polegar atravessa o indicador e o dedo médio.

FILHO DE FÉ — Denominação dada ao médium, iniciante ou não.

FILHO-DE-SANTO — Médium que se submeteu a todo o processo de iniciação do terreiro.

FIRMAR — Promover concentração. Dependendo da finalidade, pode ser empreendida individual ou coletivamente, apenas com o direcionamento do pensamento ou com uma série de procedimentos ritualísticos.

FIRMAR ANJO DA GUARDA — Fortalecer a conexão com o Anjo da Guarda, através de ritual específico que inclui o acendimento de vela, acompanhada de um copo d’água e — indispensavelmente — concentração do pensamento.

FIRMAR O PONTO — Concentração coletiva que se consegue executando um ponto cantado (vd.), puxado pelo Guia responsável pelos trabalhos. O Ponto Firmado pode ser apenas cantado como, também, riscado — ou a combinação de ambos. Significa também quando o Guia dá seu ponto cantado e/ou riscado, como prova de identidade.

FIRMAR A PORTEIRA — Procedimento voltado ao estabelecimento da segurança para os trabalhos da sessão que será realizada, contra más influências provenientes de espíritos perturbados ou mal-intencionados. Consiste num ponto de firmeza (vd. Firmar o ponto), riscado na entrada do terreiro, dentre uma enorme variedade de outros procedimentos, conforme o critério estabelecido por cada terreiro.

FIRMEZA — O mesmo que segurança (contra energias negativas emitidas por encarnados ou desencarnados). Conjunto de objetos com força mística que, enterrados no chão, protegem um terreiro e constituem sua base espiritual.

FLUIDOS — Emanações energéticas do fluido cósmico universal (vd.), ou suas alterações.

FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL — Chamado também de Plasma Divino, é o elemento formador de toda a matéria. Para alguns autores, é o equivalente do Qi na Medicina Tradicional Chinesa, e do Prana hindu.

FORMAS-PENSAMENTO — Idéias projetadas pela mente humana e materializadas no mundo espiritual, construções substanciais na esfera da alma que se mantêm pela força de sustentação de nossos pensamentos. Considerando que toda e qualquer ação e todo e qualquer pensamento fica registrado na memória vital do espírito e no éter-cósmico, podemos caracterizar as formas-pensamento como concretizações de pensamentos. A energia que as acompanha, quando criadas a partir de idéias de baixo padrão moral, pode ser utilizada por espíritos mal-intencionados para execução de magia negra. Também podem ser chamadas de imagens-moldes ou de fenômeno de ideoplastia.

FUMAÇA ÀS DIREITAS — Nome popular para a sessão cujos trabalhos ou despachos têm a finalidade única de promover o bem.

FUMAÇA ÀS ESQUERDAS — Nome popular dado às sessões de feitiçaria, pois os seus trabalhos ou despachos visam apenas a prejudicar terceiros.

FUNDAMENTOS — Leis de umbanda, suas crenças, seus princípios fundamentais.

FUNDANGA — Pólvora. Ritual de queima de pólvora para afastar energias negativas, através do deslocamento brusco e intenso de ar, acompanhado da movimentação vigorosa de energia.

2 comentários:

Anônimo disse...

JESUS E O CAMINHO A VERDADEEA VIDA NIGUEM VERA O PAI SE NÃO PELO FILHO .

Estela disse...

Querido irmão:

As palavras do nosso Mestre Jesus são as maiores bênçãos que nosso Pai Celestial nos deixou. De fato, através delas podemos encontrar o caminho que nos leva até Ele.

Um abraço fraterno!!

Postar um comentário

Seja bem-vindo!
Use sua conta do Google ou OpenID para comentar

  ©Desvendando a Umbanda | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger